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A juventude eterna de Paul

Fonte época (LUÍS ANTÔNIO GIRON COM ISABELLA AYUB E RAFAEL PEREIRA)

Paul McCartney, aos 69 anos, se apresenta no Brasil pela quinta vez para estádios lotados. Sua música continua a fascinar os jovens. "Não há mais conflito de gerações", diz o britânico a ÉPOCA

QUANTA ENERGIA
O músico Paul McCartney em 2010. Em seu novo show, ele apresenta 30 músicas em três horas e meia de espetáculo (Foto: MJ KIM)
 

 



Paul McCartney completará 70 anos em 18 de junho. Apesar da idade, o astro inglês continua a fazer turnês e a emocionar um público cada vez mais numeroso, e jovem. O músico, a banda e a equipe, ao todo 95 pessoas, chegam ao Brasil na semana que vem para o show On the run. Ele estará no Estádio do Arruda, no Recife, nos dias 21 e 22, e no Estádio da Ressacada, em Florianópolis, no dia 25. É a terceira vez que Paul vem ao país em dois anos. Mais uma vez, os ingressos se esgotaram. No Recife, 90 mil. Em Florianópolis, 30 mil. De acordo com o empresário Luiz Oscar Niemeyer, que traz Paul ao Brasil há duas décadas, se houvesse mais espetáculos, as entradas acabariam em poucas horas. Não é privilégio do Brasil. A paixão pelo ex-beatle se mostrará de novo em 4 de junho, no Palácio de Buckingham, no espetáculo pelo jubileu de Elizabeth II. “Percebo que os mais novinhos estão ali, diante do palco, cantando todas as músicas e se emocionando”, disse Paul. “Não há mais conflito de gerações.”

Há outros astros da geração de Paul que ainda atraem público. Nenhum se compara a ele. Seu companheiro de Beatles, o baterista Ringo Starr, lotou o Estádio do Morumbi, em São Paulo, em novembro de 2011. O público era formado por saudosistas, com idade média de 40 anos. Os Rolling Stones são poderosos chamarizes – sobretudo para quem tem mais de 30 anos. Paul é capaz de arrastar famílias inteiras a suas apresentações; avós, pais e netos. “Os Rolling Stones atraem gente madura. Os jovens comparecem em peso às turnês do U2. Só o Paul atrai todas as faixas de idade”, diz o diretor de produção de On the run, Francisco Dourado – que montou palcos dos principais megaeventos que ocorreram no Brasil nos últimos anos.

Encher estádios não é problema para Paul desde 1960, quando se destacou como baixista dos Beatles. O quarteto de Liverpool foi pioneiro em cantar em estádios para dezenas de milhares de pessoas desde a primeira turnê pelos Estados Unidos, em 1964. Com a dissolução dos Beatles em 1970, Paul continuou por dez anos a fazer shows e a gravar discos de sucesso à frente da banda Wings. Em 1990, após uma pausa de nove anos, apostou na carreira solo. Assumiu, então, a herança do cancioneiro dos Beatles. Seu show atual compreende 30 músicas e dura três horas e meia. Canta os clássicos do grupo de Liverpool, mas também lança canções – como “My Valentine”, do CD Kisses on the bottom (2011). “Na turnê passada, mais da metade dos 450 mil ingressos foi de meia-entrada”, diz Niemeyer. “Isso mostra que o público de Paul é, em sua maioria, jovem. O mesmo perfil se repete nesta excursão.”

 Na entrevista exclusiva que concedeu a ÉPOCA, Paul se diz realizado por reunir famílias com sua música. Para ele, cantar em estádios no Brasil é a continuação real do sonho dos Beatles. E revela um desejo: "Quero me encontrar com músicos brasileiros para gravar bossa nova".
 

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