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DIA MUNDIAL DO ROCK




Escrita por José Vicente, a peça conta a história de uma família do interior de Minas Gerais vivendo o conflito entre a tradição e a modernidade, a permanência e a diluição. Pedro, o pai, procura uma clave que ainda não foi descoberta.


Dia do Rock!

Aaah o rock... o bom e velho rock... indie, folk, pesado, farofa, purpurinado, misturado...

O fato é que o rock não morre, e desde 1985 no festival LIVE AID, pelo fim da fome na Etiópia, o dia 13 de julho é celebrado como o dia mundial do rock!

Bonito...muito bonito. Rock pra acabar com a fome.

O rock sempre esteve ligado a ATITUDE, ele pode ser feito com um violão ou um cavaquinho, tudo depende da ATITUDE. E como dizia meu grande amigo BOCA “A música é uma mulher safada, abandonou a ATITUDE e fugiu com a melodia.”, e ele não deixa de ter razão. Em tempos de liberdade, de possibilidades, na era da comunicação, o rock vai se preocupando cada vez mais com sua estética e vai se esquecendo de sua essência, o rock está cada vez mais emplastificado, pupurinado e cheio de glamour. O ROCK é FASHION! E na moral... FUCK THE FASHION! ( a gente xinga em inglês pra ficar mais bonitinho como nos filmes de hollywood! ) em inglês não tem problema.

A função do rock sempre foi libertária, sempre teve o compromisso de subverter, contestar, de trazer idéias novas, colocar as coisas em seus devidos lugares. Parafraseando nosso presidente “nunca na história desse país” houve um momento tão bom para a música, e consequentemente para o ROCK, com facilidade para gravar, divulgar, para distribuir. E o que estamos fazendo com essa facilidade toda? Produzindo um rock cada dia mais vazio, cheio de barulhinhos ( nada contra ), e sem idéia pra passar.

Como observou o crítico musical Alexis Petridis, do jornal inglês The Guardian, qualquer banda de rock de hoje em dia passa pela mesma preparação de uma boy band

O rock virou alienação, virou cabelinhos escorridos, rimel, sapatos bicolores, blush azul e “roupitchas” RETRÔ, perdendo espaço de música contestadora, revolucionária, de música expansiva, que abre horizontes, para ao hip hop, que com marcelo d2, finado SABOTAGE, SNJ, INSTITUTO, B. NEGÃO e companhia ilimitada vem abraçando essa lacuna que o ROCK tem deixado meio de lado, e diga-se de passagem, fazem um hip hop com uma qualidade musical monstruosa, mesclando a atitude com a musicalidade.

Mas nem tudo é desespero, há quem reme contra a maré já a algum tempo, bandas como Ratos de Porão, Nação Zumbi, lobão, Mundo livre e algumas outras sobreviventes, ainda resistem fazendo seu som e inspirando bandas novas dispostas a seguir esse árduo caminho, bandas como Madame Saatan do Pará, Los Porongas do Acre, Trilobit do Paraná, Porcas Borboletas de Minas, Mombojó de Pernambuco e Macaco Bong de Mato Grosso que nem precisa falar nada, e várias outras bandas por esse Brazil, tentam fazer música de qualidade com atitude de qualidade.

E em Rondônia, como anda o rock? Não anda, se arrasta. Existem boas bandas mas poucos espaços, pouca organização, muita vontade, pouca coragem, e com certeza pouca ATITUDE. Como sempre, a cena rocker é despedaçada, com pequenos grupos desorganizados que não querem saber de conversa uns com os outros. Há uma tentativa de unificação, cheia de bla bla bla e poucas soluções. Posso citar aqui meia dúzia de bandas que tentam fazer boa música com boa atitude, como Ultimato, Di Marco, SucodinoiS, Coveiros, Merda Seca, Bicho du lodo, Betroyd. Espero que tudo melhore e que as pessoas se abram a conversas, a parcerias, porque respostas como “eu não faço reunião” só atrasam o processo.

Viva o rock...

Viva os béra!

Viva o CAOS

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